Ocaso do interior. (Tonho)
Um banco, uma praça e duas senhoras, ambas tricotando casacos.
- Sabe o Tonho?
- Que Tonho?
- O Tonho, filho de Maria, que casou com José, lá da mercearia?
- Ah, o Tonho. O que tem o Tonho?
- Que Tonho?
- O Tonho, filho de Maria, que casou com José, lá da mercearia.
- Ah sim, o Tonho.
- E então?
- O que foi?
- Você falou do Tonho, filho de Maria, que casou com José, lá da mercearia.
- Ah... Falei?
- Falou.
- Sabe que esqueci?
- Do quê?
- Do Tonho?
- Que Tonho?
- Tonho, filho de Maria, que casou com José, lá da mercearia.
- Ah sim, ele se casou.
- O Tonho.
- Não, José.
- José casou com quem?
- Tonho.
- Tonho ou José?
- Os dois, fugiram depois da missa. Foram para a cidade.
- Que horror.
- Tem linha pra continuar o casaco?
- Tenho.
Trocam linhas, casacos antes um azul e outro amarelo agora são azul-amarelo e amarelo-azul.
- Acho que as crianças vão gostar.
- Eu também acho.
- Mas do que falávamos?
- Tonho?
- Que Tonho?
E o ciclo recomeça.
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Isso tem cara de ir "ao infinito e além". É uma daquelas táticas de lavagem cerebral próprias da KGB (rs).
ResponderExcluirparece que fumaram um.
ResponderExcluiroi gostaria que conhecessem o meu blog sobre a minha experiência pessoal com a síndrome do pânico, agradeço desde já a visita, obrigado.
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