- Vamos, você consegue. Os olhos reviraram e procuraram uma saída. Não havia. Atrás dele cinco pessoas fortes, daquelas que o bíceps de um deles era seu torax. Do outro um pequeno muro, uma plaquinha simpática com a foto de um cachorro nadando em uma piscina de sangue.
Por sorte suas calças eram escuras, se fossem claras o circulo negro estaria visível a todos. "Porque aceitei?", imaginava quando pensava que sempre via esses caras jogando futebol e justo naquele dia teve coragem de pedir pra jogar com eles.
- Anda, você chutou a bola aqui. Você pega.
- Falava outro dos brutamontes.
- Mas...
- Deixa de ser covarde, anda logo!
Um empurrão e ele quase não precisa pular o muro. Por sorte, ou azar. Pernas tremem. - Olha, ele se mijou! Pronto. A última dignidade que ele possuía estava escorrendo pelas calças e fazendo uma poça dourada no chão. Era preciso recuperá-la.
E voltou com a bola. Inteiro e sorridente.
Os cinco não entenderam.
Precisavam checar.
De dentro do jardim um pequeno poodle encarava dois enormes e ameaçadores pitbulls. Seus olhos sedentos por sangue e baba faminta escorria por suas bocas enquanto viam cinco enormes nacos de carne pularem o muro.
Foi um plano perfeito.
Quem reparasse notaria um largo sorriso no pequeno poodle.
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